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América do Sul

Museu Larco em Lima, Peru: Como é a Visita, Dicas e Fotos

Atualizado em: 22 de julho de 2020

O Peru é um dos países mais ricos em sítios arqueológicos, que trouxeram à tona a riqueza cultural dos Povos Originários. Uma ótima oportunidade para conhecer a história do Peru e dos Antigos Peruanos é durante a visita ao Museu Larco em Lima.

Fundado em 1926, por Rafael Larco Hoyle, o Museu Larco apresenta por meio de cerâmicas, tecidos e objetos de metal um pouco dos 5 mil anos das civilizações que habitaram o Peru antes da conquista espanhola.

Neste post, vamos apresentar os destaques do Museu Larco em Lima, um dos principais pontos turísticos e que deve estar no seu roteiro sobre o que fazer em Lima.

Este post faz parte da blogagem coletiva da RBBV (Rede Brasileira de Blogs de Viagem) em razão da Museum Week. No final do post, há a lista completa dos blogs participantes e dos museus abordados.

Como é a visita ao Museu Larco em Lima?

Museu Larco em Lima, Peru
O Museu Larco tem um jardim muito bem cuidado

Primeiramente, o Museu Larco está localizado no bairro de Pueblo Libre, a curta distância a pé do Museu Nacional de Arqueologia de Lima. Os dois museus formam uma dupla perfeita para compreender melhor a rica história dos Antigos Peruanos.

Inclusive, vale visitar o Museu Nacional de Arqueologia antes de ir ao Museu Larco, facilitando o entendimento sobre as diversas civilizações que habitaram o Peru, porque são muitas!

Inicialmente, o Museu Larco chama a atenção pelo belo casarão do século XVIII. Diversas buganvílias (ou primaveras) coloridas enfeitam o jardim e muitas paredes da construção. É um cenário super fotogênico.

Contudo, o mais importante do Museu Larco em Lima é a sua coleção e a forma como está organizada. Há 13 salas na Exposição Permanente, mais a Sala Erótica. A coleção do museu é excelente, como você vai perceber com as informações a seguir!

Destaques da Coleção do Museu Larco em Lima

Museu Larco em Lima, Peru
Representações humanas em cerâmica

No Museu Larco, os 5 mil anos de história pré-colombiana seguem uma organização cronológica e por região.

Por muito tempo, difundiram-se por meio dos cronistas espanhóis e mestiços apenas alguns aspectos da cultura Inca. Porém, nesse museu, as demais civilizações ganham destaque e diferem entre si por suas cerâmicas, localização e outros aspectos culturais.

Na área de “Introdução” (sala 1) é mostrado como as demais civilizações foram esquecidas e pouco estudadas, com exceção dos Incas. A arqueologia peruana se iniciou no começo do século XX (faz pouco tempo!), praticamente no mesmo período que surgiu o Museu Larco.

O visitante estrangeiro consegue por meio do Museu Larco ir muito além dos Incas, sendo um grande aprendizado da viagem a Lima.

Museu Larco em Lima, Peru
Observe a variedade de estilos das cerâmicas

A área mais relevante do Museu Larco é “Culturas do Antigo Peru” (salas 2,3 e 4), sendo também uma das maiores.

As salas possuem inúmeras cerâmicas de diversos períodos e povos. Muitos objetos parecem de uso cotidiano, porque reproduzem a rotina das pessoas. Contudo, a maioria das cerâmicas tinha função espiritual e todas são muito detalhistas e perfeitas.

É possível observar desenhos sobre o mundo dos mortos e sobre o mundo dos deuses. A serpente normalmente estava relacionada ao mundo dos mortos, enquanto as aves representavam o mundo dos deuses. Já o jaguar estava ligado ao mundo terreno.

Através das cerâmicas (muitas delas encontradas em túmulos), foi possível definir o estilo artístico, as crenças e também a evolução desses aspectos ao longo do tempo. Há muitas diferenças entre as cerâmicas pré-colombianas.

Vale ressaltar a importância das cerâmicas que mesclam os três animais (serpente, jaguar e aves), mostrando um ser poderoso, normalmente para “transferir” os poderes desses animais aos governantes e líderes religiosos.

Museu Larco em Lima, Peru
Os tecidos são peças muito delicadas e cheias de detalhes

A área de “Tecidos do Antigo Peru” (sala 5) enfatiza a importância dos tecidos nas culturas pré-colombianas. Os tecidos tinha função religiosa, mas também de separação entre os estamentos sociais.

Muitos viajantes não sabem, mas o algodão foi cultivado nos Andes, sendo amplamente utilizado para fazer as vestimentas, assim como a lã de alpaca e de vicunha.

Porém, os tecidos existentes na sala 5 foram encontrados em regiões de clima seco, porque esses materiais não conseguem se manter por muito tempo em climas chuvosos.

Além disso, a confecção têxtil era trabalho das mulheres, algo que ainda hoje pode ser visto no país.

Vale ficar atento ao quipu (imagem acima, no canto superior), que muitos dizem desempenhar a função de contabilidade e era feito com fios de tecido e pequenos nós.

Museu Larco em Lima, Peru
Genealogia dos Incas e alguns recipientes cerimoniais

A área de “Sincretismo” (sala 6) mostra como o Catolicismo se mesclou aos cultos ancestrais para poder se propagar entre a população local.

Os brasileiros costumam entender bem o que sincretismo religioso. Em vários países latino-americanos, os diferentes ritos se mesclaram, caso contrário, a religião imposta pelo invasor não seria aceita pelo povo comum, seja ele Indígena ou Africano.

Na sala sobre sincretismo, o destaque é o quadro “a genealogia dos Incas”, que mostra como o governo espanhol tentou se legitimar através de uma genealogia dos Incas que levava até os reis espanhóis.

Museu Larco em Lima, Peru
Cerâmicas da sala relacionada aos sacrifícios

A área de “Cerimônia do Sacrifício” (sala 7) é uma das mais interessantes. A sala dá destaque aos sacrifícios de guerreiros na Civilização Mochica, que imolava um grupo forte e muito importante da sociedade.

Essa área é riquíssima em detalhes e as cerâmicas mostram informações sobre as lutas que terminavam com um guerreiro sacrificado. O tema é pesado, mas é necessário estar aberto para compreender outras culturas, principalmente civilizações antigas.

A área de “Recipientes Cerimoniais” (sala 8) mostra a importância dos recipientes de água, chicha fermentada e até sangue para os rituais.

Os recipientes de ouro eram usados somente pela elite política e religiosa. Os metais estavam intimamente ligados aos estratos mais elevados da sociedade.

Museu Larco em Lima, Peru
Instrumentos musicais e representações de músicos em cerâmica

A área “Guerras Rituais e Música” (sala 9) apresenta o papel da dança e da música nas sociedades pré-colombianas, assim como muitos detalhes da indumentária dos guerreiros.

Outra sala super interessante é a da “Morte” (sala 10). Para os Antigos Peruanos, a morte não era o fim, mas sim o começo de outro ciclo, o começo da vida no mundo dos mortos para as pessoas normais. Vale dizer que a elite iria para o mundo dos deuses.

A morte (período transitório) deveria seguir vários ritos para encaminhar a alma ao lugar correto.

Na sala, mostra-se como era preparado o fardo funerário, que normalmente era envolto por tecidos e era enterrado com cerâmicas e objetos de metal.

Museu Larco em Lima, Peru
A riqueza dos trabalhos em ouro e prata

Muitos viajantes ficam encantados pela sala “Ouro e joias” (sala 11, 12 e 13). A maioria dos objetos de ouro está relacionada à passagem da morte, principalmente de líderes religiosos.

Vale ficar atento aos objetos de ouro usados pelos chefes religiosos e políticos, como narigueiras, peitorais e “coroas”. Essas salas nos fizeram recordar o excelente Museu do Ouro em Bogotá.

Sala Erótica do Museu Larco

Museu Larco em Lima, Peru
Peças da Sala Erótica

O Museu Larco em Lima é amplamente conhecido devido à Sala Erótica, uma área muito peculiar e interessante da coleção. Obviamente, essa área não é recomendada para crianças.

A Sala Erótica possui várias cerâmicas com cenas sexuais explícitas. Como muitas cerâmicas eram usadas em cerimônias, faz todo o sentido à expressão da fertilidade através do sexo.

Há peças sobre o corpo feminino e a maternidade, assim como cerâmicas focadas no corpo masculino.

A coleção possui muitas peças ligadas à fertilidade, tanto dos seres humanos quanto dos animais.

Há inclusive cerâmicas sobre o sexo dos mortos, que também tinham uma “vida”, mesmo não se reproduzindo, mas influenciavam na fertilidade dos vivos.

Não deixe de dar uma passadinha no depósito. Há cerca de 30 mil obras de cerâmica no depósito do museu. É difícil não se surpreender com a quantidade de artefatos arqueológicos que o Museu Larco possui.

Dicas para visitar o Museu Larco em Lima

Museu Larco em Lima, Peru
Depósito aberto aos visitantes
  • É muito importante estudar as civilizações peruanas antes de visitar o Peru, porque facilita o entendimento de diversos passeios pelo país. Visitar o Museu Nacional de Arqueologia antes de ir ao Museu Larco é uma forma de aproveitar melhor o passeio;
  • A visita guiada no Museu Larco é focada nas peças principais e não dá conta de toda a coleção, obviamente. A visita é muito elogiada, mesmo assim o visitante deve fazer um passeio sozinho no seu ritmo para aproveitar mais o museu;
  • Há legendas em várias línguas e encartes também em português. Vale a pena ler as legendas. Como as informações são muito boas, é totalmente possível fazer um passeio sem guia;
  • Aproveite também o belo jardim do museu e o restaurante, que é bastante elogiado;
  • Para chegar ao Museu Larco, a melhor forma é usar o Uber, porque o valor é barato e o trajeto é rápido a partir de Miraflores, o melhor bairro para se hospedar em Lima.

Ingressos, horários e mais informações

O Museu Larco fica aberto todos os dias das 9h às 22h. O Ingresso adulto custa 35 soles, mas há descontos para crianças, estudantes e idosos.

As visitas guiadas acontecem todos os dias ao custo 30 soles. Há visitas guiadas em inglês e espanhol. O foco da visita são as obras mestras, levando cerca de 1h.

Para mais informações, confira o site oficial sobre o Museu Larco.

Esperamos que as dicas sobre o Museu Larco em Lima tenham sido úteis! Confira também outros posts sobre Lima e sobre o Peru!


Confira a seguir as postagens dos demais blogs da RBBV participantes da blogagem coletiva da Museum Week:

Boa viagem!

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Sobre o autor

Internacionalista, jornalista e viajante apaixonada por cultura e história, todos os dias eu consigo unir minhas paixões escrevendo no Guia do Nômade Digital. Acredito que ler e se informar transformam as férias em uma experiência inesquecível. Já escrevi um guia de viagem sobre a Cidade do México e apresentei mais de 80 episódios do Papo Viagem Podcast.

14 Comentários

  • Estela
    23 de abril de 2018 às 12:36 pm

    Uepaaaa mas que museu interessante rsrsrs. Adorei conhecer, não fazia ideia sobre a existência do mesmo!

    Responder
  • Tati Barro
    23 de abril de 2018 às 1:45 pm

    Fui a Lima mas infelizmente não conheci o Museu Larco, fica uma desculpa pra voltar! Adorei a peça da mulher parindo (na sala erótica).

    Responder
  • Poliana
    23 de abril de 2018 às 2:11 pm

    Que baita museu hein? Só o jardim já me deixou bem interessada. Vontade de voltar a Lima. Abraço

    Responder
  • Fernanda Scafi
    23 de abril de 2018 às 2:51 pm

    Que legal! Estou louca para voltar pra Lima pq 2 dias na 1a vez não deu pro cheiro! Aí a prioridade além de alguns restaurantes com certeza é visitar esse museu!

    Responder
  • Emilia Brito
    23 de abril de 2018 às 2:51 pm

    Adorei a descrição do Museu e suas dicas para aproveitar mais tudo o que ele tem a oferecer!

    Responder
  • Marcia-Mulher Casada Viaja
    23 de abril de 2018 às 2:52 pm

    Uma pena eu não ter visitado este museu, mas assim qe tiver uma chance, eu vou. Visitei o de Santiago, mas imagino que o de Lima seja ainda mais rico, não?

    Responder
  • Ana Carolina Santos
    23 de abril de 2018 às 6:03 pm

    Nossa!!! Que Museu rico!!! Adorei também as dicas sobre como conhecer melhor o Museu!

    Responder
  • Giselle
    23 de abril de 2018 às 6:57 pm

    Oi!! Achei válida sua dica de dizer para estudar o Peru antes de ir visitar. Eu acabei aprendendo “in loco” quando fui a Machu Picchu, mas sem dúvida estudar antes dá um gostinho! Não fui a esse museu, minha viagem não comtemplou lima…Mas bem gostaria de ir!! Obrigada pela ótima descrição do museu!!

    Responder
  • Nivia
    23 de abril de 2018 às 8:02 pm

    Esse museu foi um dos mais interessantes que já visitei na América Latina. Realmente impressionante a quantidade de artefatos e comer um belo ceviche no restaurante do museu fez a experiência ficar completa. Ler o post deu vontade de voltar!

    Responder
  • Carol Miranda
    23 de abril de 2018 às 8:50 pm

    Gostei da dica, pretendo ir para o Peru em breve e certamente visitarei esse museu.

    Responder
  • Ludmila
    23 de abril de 2018 às 10:14 pm

    Que legal! A primeira coisa que pensamos quando o assunto é o Peru é em Machu Picchu mas o país tem muito mais a oferecer. Ainda não conheço o Peru, obrigada por compartilhar!

    Responder
  • Denise Barreto da Silva
    24 de abril de 2018 às 7:13 am

    Seu post me fez querer conhecer o museu. Obras riquíssimas! Adorei a maneira que você convida o leitor a conhecer as culturas dos povos peruanos. Abraços!

    Responder
  • Lulu Freitas
    24 de abril de 2018 às 1:03 pm

    Que museu interessante! Acho muito legal que existam bons museus voltados para os povos que viviam na América antes da chegada dos “colonizadores”. Sinto falta disso aqui no Brasil. Excelente dica!

    Responder
  • Juliana Moreti
    27 de abril de 2018 às 11:16 pm

    Nao conhecia este museu e me passou despercebido em Lima… Uma pena! Adorei a riqueza de peças do museu e da riqueza de teu post!
    Parabéns

    Responder

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