A história de Barcelona é longa e cheia de momentos difíceis, mas também de muitas reviravoltas e recomeços. A seguir apresentamos os principais acontecimentos da longa história da Catalunha.
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Fatos marcantes da história de Barcelona, Catalunha
As primeiras povoações datam de 4 mil a.C, com diversas tribos de origem ibérica povoando a região. Inclusive, indícios de povoamentos muito antigos foram encontrados na região de El Raval e Montjuïc, bairros próximos ao atual centro histórico de Barcelona.
Sobre a fundação de Barcelona não se tem muita certeza. Conta-se que Hércules havia fundado Barcelona, mas outros afirmam que Amílcar Barca, pai do cartaginês Aníbal, teria fundado Barcelona e nomeado a cidade como Barceno, Barcelino ou Nova Barci.
O que se tem certeza é que durante a ocupação romana, Barcelona era chamada de Barcino, vivia de maneira próspera e possui muros ao seu redor. Até hoje há resquícios das muralhas romanas no Bairro Gótico de Barcelona.
Contudo, com as invasões bárbaras pelos Visigodos, Barcelona entrou em um período difícil de quase anarquia.
Os séculos V e VI d.C. foram bem diferentes dos séculos prósperos da ocupação romana, um momento difícil na história de Barcelona.
No século VIII, a Península Ibérica foi invadida pelos mouros, porém poucas décadas depois o franco Louis, o Piedoso, tomou o controle da cidade e Barcelona passou a ser uma área de transição entre a Península Ibérica e a França.
Apesar do domínio dos francos, quem controlava a cidade e outras regiões da Catalunha eram os condes, que possuíam influência militar e dinheiro.
O conde mais importante foi Guifré el Pelós ou Vilfredo, o Cabeludo. Esse nome estranho vem do fato de Guifré ter pelos onde as pessoas não costumam ter.
O conde Guifré el Pelós dominou um área extensa, que hoje é a Catalunha, sendo conhecido como o pai antigo da unidade política catalã.
Essa noção de unidade se intensificou no século X, quando a Catalunha era a única região cristã da Península Ibérica que não havia sucumbido a Sancho III de Navarra.
O século seguinte foi de desenvolvimento da região, até mesmo na área de navegação. Mas no século XII, o conde da Catalunha se casou com a herdeira de Aragão, formando um reino governado por condes e reis.
Apesar do poder econômico da Catalunha, o reino ficou conhecido como Reino de Aragão. Portanto, nunca houve de fato um Reino da Catalunha.
Todo o século XIII seria sangrento e dispendioso para Barcelona. Na época, Jaume I governava a cidade e começou a expandir os domínios catalães: de Valência até Malta, incluindo a Sicília, Sardenha e outras ilhas mediterrâneas.
O século XIV conseguiu ser pior, com a perda das áreas dominadas, das rotas comerciais, morte de metade da população pela peste negra, fome e massacre das minorias.
Tudo piorou quando o último membro da dinastia de Guifré faleceu, abrindo caminho para que Fernando, um príncipe de origem castelhana, se tornasse herdeiro do trono do Reino de Aragão, ao qual Barcelona fazia parte.
Quando o rei de Aragão se casou com a rainha de Castilha, os reinos se uniram e a Catalunha se tornou domínio de Castilha. A encrenca com Madrid começa nessa época e se estende até os dias atuais.
No final do século XV, Castilha impõe a Barcelona a Inquisição Espanhola, que tinha por objetivo massacrar os judeus, mesmo os convertidos ao cristianismo. Os judeus fugiram e levaram todo o dinheiro que financiava a cidade, deixando Barcelona na penúria.
A autonomia que a Catalunha possuía não significava nada diante das terríveis condições econômicas que vivia. Castilha impôs muitas tributações à região, levando-a à guerra no século XVII.
A declaração de independência foi proclamada, mas a Catalunha foi massacrada pela Coroa Espanhola.
No século XVIII, houve a guerra de sucessão do trono da Espanha e Barcelona apostou no lado errado. Quando Felipe V, o vencedor, assumiu o poder, Barcelona tentou resistir, mas foi sitiada, derrotada e humilhada e perdeu toda a sua autonomia administrativa.
A vingança contra Barcelona se estendia a proibição do ensino do Catalão e a criação da Ciutadella, local de espionagem da coroa contra Barcelona. O Parc de la Ciutadella hoje é um local maravilhoso no coração de Barcelona, com plantas e construções bonitas.
Com a industrialização, Barcelona cresceu muito durante todo o século XIX, criando a necessidade de planejamento da cidade, além de aumentar a importância econômica perante o resto da Espanha.
A importância de Barcelona era tão visível que a cidade recebeu a Exposição Universal de 1888.
Acompanhado o crescimento econômico, os intelectuais e políticos se voltaram para o sentimento de ser catalão, exigindo as formas de administração antigas, além da língua, que voltou a ser falada, principalmente pela elite.
A arte também pôs a Catalunha no mapa. Enquanto o restante das Espanha estava estagnado em termos artísticos, Barcelona experimentou o movimento da Art Nouveau, que hoje vemos nas obras de Gaudí e de outros arquitetos.
Por ser uma das poucas áreas com bom crescimento na primeira metade do século XX, Barcelona atraiu muitos imigrantes e começou a sentir as instabilidades políticas do período, com movimentos anarquistas ganhando força.
Com os problemas de unidade política na Espanha, a Esquerda Republicana da Catalunha declarou independência, com Lluís Companys como presidente. A situação política continuou instável por anos, com governos pró-moscou e depois com a ditadura de Franco.
A ditadura de Franco foi um dos períodos mais sombrios da história de Barcelona. Franco aboliu a autonomia administrativa catalã e instituiu um programa de castelinização dos catalães.
Barcelona ficou até a década de 1970 sendo mal administrada, tornou-se uma cidade feia e cinza.
Como a cidade não tinha forças para se rebelar, a resistência se mantinha em pequenos e corajosos gestos Como na década de 1960, quando a plateia no Palácio da Música Catalã cantou o hino catalão na língua materna em frente ao ditador.
Com a morte de Franco e a volta da monarquia, a Catalunha voltou a ter autonomia política, econômica e cultural, com programas para promover a língua e a cultura catalã.
Em 1992, Barcelona pode deixar os malcuidados pra trás, com diversas obras de reurbanização para as Olimpíadas.
Até hoje, os catalães buscam maior autonomia e enfrentam atritos com o governo, principalmente por ser uma área rica da Espanha que recebe poucos investimentos do governo central e muitos investimentos estrangeiros.
Espero que a história de Barcelona te ajude a entender melhor a cidade! Agora é hora de conhecer os principais pontos turísticos de Barcelona!
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